Informação e curiosidade sobre "joelhos mecânicos"
Amputados desarticulados de joelho ou transfeumais, têm como "peça chave" de sua prótese a articulação responsável por desempenhar o papel do joelho. Ela que possibilita, no geral, a velocidade da marcha, a mobilidade e também influencia na segurança. Porém, como disse meu amigo Ronan Espírito Santo, "quem tem que andar é você, não o joelho"!
Dr. Marco Antonio Guedes de Souza Pinto*
Determinar o joelho mecânico a ser usado por um paciente amputado no
nível de coxa nem sempre é uma tarefa fácil, em grande parte, devido à
diversidade de mecanismos hoje disponíveis no mercado. Por outro lado, é
muito bom ter essa possibilidade de escolha, coisa que não ocorria em
um passado ainda recente. Se forem respeitadas certas regras
fundamentais, a decisão é em muito facilitada.
Vamos dividir os joelhos mecânicos em duas categorias iniciais:
joelhos com articulação funcional e joelhos com articulação bloqueada.
Os com articulação funcional serão utilizados em pacientes com condição
física que lhes permita controlar o mecanismo de flexão e extensão do
joelho. Isso vai exigir um bom equilíbrio, visão e reserva de energia,
pois o joelho funcional requer um maior consumo de energia pelo paciente
para caminhar.
ARTICULAÇÃO FUNCIONAL X BLOQUEADA – Como regra
geral, pessoas idosas, frequentemente diabéticas, são os principais
candidatos para usar os joelhos bloqueados. Também amputados bilaterais
podem ser beneficiados pelo uso de um joelho bloqueado pelas razões já
discutidas (consumo de energia e equilíbrio). Já a escolha do tipo de
joelho bloqueado vai ser fortemente influenciada pelo recurso econômico
disponível.
Os joelhos funcionais podem ser divididos em duas categorias quanto à maneira como dobram a junta (movimento de flexão): joelhos de um só eixo e joelhos de movimento policêntrico. Os joelhos de um só eixo (foto ao lado) possuem mecanismo de flexão que funciona como uma dobradiça simples, tipo a dobradiça de uma porta. Já os policêntricos (foto abaixo)
possuem um movimento que procura reproduzir o movimento da articulação
do joelho humano. De passagem, estes joelhos, os policêntricos, são os
únicos que podem ser usados em pacientes com desarticulação de joelho,
devido ao fato de necessitarem de muito pouco espaço acima da
articulação, consequentemente, não aumentando muito o tamanho da coxa.
Ainda
hoje, os melhores mecanismos de controle das diferentes fases da marcha
estão montados em joelhos de um só eixo e são hidráulicos ou
pneumáticos. Por outro lado, os joelhos policêntricos geram uma marcha
mais harmoniosa pelo fato de funcionarem de maneira semelhante ao joelho
humano.
Muito provavelmente, no futuro, os joelhos de movimento policêntrico
deverão prevalecer aos de um só eixo, faltando, para isso, um pouco mais
de desenvolvimento em relação à segurança na fase de apoio da marcha,
quando o paciente tem o peso do corpo concentrado todo sobre o lado
amputado (fase de apoio unilateral)
Retirado do Blog: Passo Firme, em 30/09/2014, às 12:06
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